O Avatarverso continua a se expandir com o lançamento de “The Reckoning of Roku” (“O Julgamento de Roku”, em tradução livre), um novo livro do autor Randy Ribay. Esta é a quinta obra da série “Crônicas do Avatar”, que explora a história de diferentes Avatares ao longo do tempo. O novo livro foca em Roku, o Avatar que precedeu diretamente o protagonista principal da série, Aang. A história explora anos formativos de Roku, nascido na Nação do Fogo, e sua jornada de treinamento.

A Screen Rant apresentou um trecho do primeiro capítulo. Neste trecho, vemos o jovem Avatar Roku vivendo com os Nômades do Ar e enfrentando desafios com os métodos de ensino de sua mestra de dobra de ar, a Irmã Disha. O excerto também sugere as ambições de Roku, mesmo que ainda sejam mais altas do que ele está preparado para alcançar. Confira o trecho abaixo e prepare-se para ler “The Reckoning of Roku”, que será lançado em 23 de julho.


Capítulo Um

Roku encaixou a última camada de folhas secas de nipa no lugar para completar o telhado e depois se sentou para admirar seu trabalho do alto da cabana. Ele não era um construtor – na verdade, seus pais tinham se certificado de que seus filhos nunca realizassem qualquer trabalho manual – mas parecia razoável o suficiente. Pelo menos tinha paredes e um telhado, enquanto antes não passava de uma pilha de madeira quebrada e estilhaçada, como quase todas as estruturas na vila de pescadores à beira-mar quando ele e os Nômades do Ar chegaram há quase duas semanas, após uma das mais poderosas tempestades que varreu a costa sudoeste do Reino da Terra em tempos recentes.

Todos ficaram em silêncio naquele dia enquanto seus bisões voadores desciam pelas nuvens. A vila era o retrato da destruição. Nenhuma estrutura havia permanecido de pé. Detritos cobriam a baía e a praia em forma de crescente. Troncos de árvores irregulares emergiam do chão como lanças quebradas, enquanto outras tinham sido arrancadas e espalhadas por terra e mar. O pequeno porto estava destruído, os barcos afundados pela tempestade – e com eles, o sustento dos moradores. Era como se algum espírito vingativo tivesse arrastado um braço montanhoso pela linha costeira.

Os Nômades do Ar e o novo Avatar vieram para ajudar, com as selas dos bisões carregadas com o máximo de alimentos, água limpa, remédios e outros suprimentos que os grandes animais podiam carregar. Roku passou o verão acompanhando-os em uma missão humanitária após outra, mas ainda assim, o desespero tomou conta dele quando viu a escala da devastação e o trabalho que tinham pela frente.

— Por que eles simplesmente não se mudam para outro lugar? — ele perguntou à sua mestra dobradora de ar, uma mulher mais velha, baixa e magra chamada Irmã Disha, que mantinha a cabeça completamente raspada, ao contrário da maioria das outras freiras do ar que Roku já tinha visto.

A Irmã Disha respondeu pacientemente enquanto guiava seu bisão voador, Amra, em direção a uma clareira fora da vila.

— Esta é uma vila pobre, Avatar Roku. Muitos da geração mais jovem já partiram para buscar trabalho em Gao Ling ou Omashu ou em outras cidades, e aqueles que permanecem não têm os meios para começar de novo em outro lugar. Mesmo que tivessem, duvido que fariam isso.

— Por quê?

— Este é o lar deles.

Isso, pela primeira vez, era algo que Roku compreendia melhor do que qualquer Nômade do Ar.

— Então, o que acontecerá quando a geração mais velha passar?

— Suspeito que a vila também se extinguirá — disse a Irmã Disha calmamente. Percebendo o olhar de insatisfação de Roku, ela acrescentou: — Tudo neste mundo é temporário.

E assim, os moradores, com a ajuda dos Nômades do Ar e de seus bisões voadores, começaram a trabalhar. Do amanhecer ao anoitecer, sob o calor do final do verão, trabalharam juntos para limpar, carregar, enterrar, reparar, replantar, reconstruir. E o que poderia ter levado meses aos moradores, se trabalhassem sozinhos, levou apenas algumas semanas. Ainda havia muito a fazer, mas agora que a maior parte da reconstrução estava concluída e a estação estava terminando, os Nômades do Ar retornariam ao Templo do Ar do Sul.

— Parece bom — disse a Irmã Disha enquanto flutuava até o telhado para examinar a parte final do trabalho que Roku acabara de completar, com as mãos cruzadas atrás das costas. — Tenho certeza de que esta família ficará feliz em sair da tenda.

— Eu teria tido tempo de fazer muitas mais famílias felizes se você tivesse me ensinado alguma dobra de ar — disse Roku, apontando para onde uma jovem Nômade do Ar usava sua dobra de ar para colocar perfeitamente uma dúzia de folhas de palmeira no lugar em questão de segundos.

A Irmã Disha desceu suavemente ao chão.

— Para voar, é preciso primeiro aprender a deixar o chão.

Roku suspirou e desceu a escada de bambu. Limpou o suor da testa com a bainha de suas vestes açafrão e amarelas, prendeu novamente o cabelo e recolocou o adorno de cabeça que Sozin lhe havia dado de presente.

— Vamos começar essas lições depois que retornarmos ao Templo do Ar do Sul?

— Elas já começaram.

Roku riu, mas sua mestra de dobra de ar manteve uma expressão séria.

— Não quero faltar com respeito, Irmã Disha, mas tudo o que temos feito é ir de uma missão de ajuda a outra. Aprendi a remendar calças, varrer pisos, mexer ensopados, enfaixar feridas, reparar cabanas, distribuir suprimentos… mas só isso. — Roku fez um movimento básico de dobra de ar com o braço estendido. Nada aconteceu.

— Essas habilidades são insignificantes?

— Claro que não — respondeu Roku sem convicção. — Mas não estou aqui para treinar para ser…

A Irmã Disha esperou que Roku terminasse seu pensamento. Quando ele não o fez, ela perguntou:

— Para ser o quê?

Roku hesitou, mas sua frustração forçou a resposta a sair.

— Um servo.

Uma expressão de desapontamento atravessou o rosto da Irmã do Ar.

— Caminhe comigo, Avatar Roku.

Eles começaram a descer o caminho principal a pé. As pessoas acenavam ou olhavam enquanto notavam o Avatar e sua mestra de dobra de ar passando, e Roku tentava retribuir os cumprimentos com a seriedade esperada. Passaram pelas novas cabanas, pela nova escola, pelo novo templo, pelas novas barracas do mercado de peixes reconstruído e chegaram à praia onde novos barcos balançavam em linhas ancoradas, com seus estabilizadores de bambu batendo suavemente contra a água. Um grupo de crianças dos Nômades do Ar e do Reino da Terra passou correndo, rindo e levantando areia enquanto perseguiam uma dúzia de patinhos-tartaruga.

Uma leve brisa agitou o ar, e nuvens de tempestade pairavam no horizonte. Com as mãos ainda cruzadas atrás das costas, a Irmã Disha observava as ondas. E continuou observando. Roku cruzou os braços e baixou os olhos para a areia, ainda desconfortável com a proximidade da água aberta. Ele se mexia de um pé para o outro enquanto esperava que ela falasse. Ainda não estava acostumado aos longos períodos de silêncio com os quais os Nômades do Ar pontuavam suas conversas.

Sem mais nada para ocupar a mente, Roku começou a prestar atenção aos pés doloridos, aos braços cansados, ao cabelo oleoso, ao estômago vazio. Como ele ansiava por aquelas horas pós-treino passadas no Spa Real, quando ele e Sozin relaxavam nas banheiras de água quente, bebendo chá e saboreando ovos fertilizados de patos-tartaruga enquanto os servos cortavam suas unhas, escovavam seus cabelos e massageavam seus ombros. Quando esta conversa com a Irmã Disha terminasse, tudo o que Roku tinha a esperar era uma fogueira que ela o faria acender manualmente, outra refeição sem carne, um saco de dormir surrado e um pedaço duro de chão para dormir.

A paciência esgotando-se, Roku quebrou o silêncio.

— Por que não fazemos mais?

A Irmã Disha considerou sua pergunta.

— Mais o quê?

— Mais para ajudar as pessoas.

— E como você sugere que façamos isso?

— Progresso — respondeu Roku sem hesitar desta vez.

— Conte-me mais.

— Como você mesma disse, esta vila está em declínio. Apesar de todo o trabalho que colocamos em sua reconstrução, ela desaparecerá com seus anciãos — ou com o próximo tufão.

A Irmã Disha não discordou.

— Poderíamos criar um fundo para que cada nação pudesse contribuir. Então, poderíamos usar esse dinheiro para fornecer ajuda em desastres e desenvolver vilas em dificuldade como esta — sugeriu Roku, tentando parecer mais confiante do que se sentia. Mas era uma ideia inteligente, algo que seu próprio pai, obcecado por negócios, poderia ter inventado. — Ajudar a construir barcos que possam competir com as maiores embarcações de pesca de Gao Ling. Ensinar-lhes como ser comerciantes em vez de simplesmente pescadores. Fornecer empréstimos para aqueles que desejam iniciar novos empreendimentos. Basicamente, damos àqueles que partiram uma razão para voltar e àqueles que ainda estão aqui uma razão para ficar. Em uma geração, isso poderia se tornar um porto comercial movimentado.

A Irmã Disha manteve os olhos nas ondas, ficando uma cabeça inteira mais baixa que Roku.

— Um plano interessante. Mas como você supõe que os líderes se sentirão em usar seus recursos para impulsionar as economias de outras nações?

— Contanto que estejamos ajudando a todos, não acho que eles se oporiam.

— Hmm.

— O quê? — Roku perguntou, pronto para defender sua ideia.

— Vamos fazer isso em todo o mundo, então?

— Onde for necessário.

— E quem determinará onde é necessário?

— Nós.

— Você e eu?

Roku pensou por alguns momentos antes de encontrar a solução.

— O Conselho dos Anciãos em cada Templo do Ar poderia fazer isso para suas regiões. Eu, como Avatar, poderia ajudar quando necessário.

A Irmã Disha acenou com a cabeça.

— Isso parece razoável. Mas quem administrará os fundos?

Roku vacilou ao começar a compreender o alcance e as camadas de responsabilidades acumulando-se em seu projeto proposto.

— Também os Conselhos, eu acho. Não, espere, e quanto a um grupo com representantes de cada nação?

— Como os representantes serão escolhidos? — a Irmã do Ar pressionou. — Quem escolherá as propostas? Quem redigirá os contratos? Treinará as pessoas?

Roku não tinha uma resposta desta vez. Ela havia feito seu ponto.

— Quem monitorará seus negócios? Auditorá suas contas? Avaliará os impactos sobre o Mundo Humano e Espiritual? Resolverá disputas? Lidará com aqueles que usarem os fundos indevidamente?

As perguntas dela extinguiram o orgulho incipiente que Roku sentira em sua astúcia poucos momentos antes.

— É por isso que você ainda não está pronto para dobrar o ar — disse a Irmã Disha. — Você ainda não aprendeu a deixar o chão.

Roku tensionou os ombros.

— O que isso significa?

— Você ainda pensa como um cidadão da Nação do Fogo.

— Eu sou um cidadão da Nação do Fogo.

— Você é o Avatar — ela corrigiu com a decepção cortante de uma professora cuja aluna ainda falha em entender uma lição óbvia.

Roku se sentiu tomado pela vergonha, perguntando-se se ela se arrependia de ter deixado sua vida no Templo do Ar do Leste para treiná-lo.

A Irmã Disha colocou a mão em seu ombro e suavizou seu tom.

— Se você deseja ser um bom Avatar, deve entender que você é um espírito de nenhuma nação. Um espírito cujo único propósito é manter o equilíbrio dentro e entre os mundos. Mas você deve ser paciente consigo mesmo. A história nos diz que isso sempre foi uma luta particular para os Avatares da Nação do Fogo.

— Como Szeto? — Roku perguntou, referindo-se à última encarnação do Avatar na Nação do Fogo.

— Como Szeto — confirmou a Irmã Disha, retirando a mão.

Ela não precisava explicar mais. Quando Roku chegou ao Templo do Ar do Sul, ele começou a devorar todos os pergaminhos que conseguia encontrar sobre suas vidas passadas, ansioso para aprender sobre seu novo papel. Avatar Szeto, que também serviu como Grande Conselheiro do Senhor do Fogo, era reverenciado na Nação do Fogo, mas os historiadores das outras nações não tinham Szeto em tão alta consideração. Acreditavam que o vínculo oficial de Szeto com a Nação do Fogo introduziu um viés em cada instituição que ele ajudou a estabelecer, em cada protocolo que ajudou a criar, em cada decisão que influenciou. Advertiam que isso se tornaria mais evidente à medida que os anos passassem – e que as consequências seriam desastrosas. Roku achava essa avaliação injusta e alarmista, fraca em evidências e excessivamente dependente de especulações.

O grupo de crianças que havia passado correndo por eles mais cedo voltou, trazendo Roku de volta ao presente. Desta vez, no entanto, eram os patinhos-tartaruga que perseguiam as crianças. Ainda rindo, as crianças correram para a água como se esquecessem que seus pequenos perseguidores podiam nadar.

A Irmã Disha riu.

Mas Roku não conseguia deixar de lado seu fracasso tão rapidamente.

— Então, como aprendo a fazer isso – deixar de me apegar à minha nação? — Sua pergunta era genuína. Ele queria ser um bom Avatar, apenas não tinha certeza se tinha isso dentro de si.

O sorriso dela se alargou enquanto continuava a observar as crianças que gritavam de medo fingido enquanto espirravam água nos patinhos-tartaruga que avançavam.

— Vá nadar.

Roku ergueu uma sobrancelha.

— Nadar?

A Irmã Disha acenou com a cabeça.

— Você não pode estar falando sério — disse Roku.

Em vez de responder, ela começou a remover suas vestes exteriores, revelando quase todo o comprimento das tatuagens de flecha azul que percorriam seus braços e pernas, subiam por suas costas e passavam por cima da cabeça.

Embora ela ainda estivesse com suas roupas íntimas, Roku desviou o olhar. Apesar de ter vivido entre os Nômades do Ar o tempo suficiente para aprender que eles não tinham absolutamente nenhuma vergonha em relação aos seus corpos, não havia passado tempo suficiente para desaprender o senso de decência da Nação do Fogo, especialmente quando se tratava de mulheres.

Sem prestar atenção a Roku, a Irmã do Ar dobrou suas vestes cuidadosamente e as colocou na areia ao lado dos pés. Então, ela correu pela praia, rindo.

— Eu vou salvar vocês! — ela gritou para as crianças e mergulhou na água com uma leve explosão de ar que fez os patinhos-tartaruga agitarem suas asas e grasnarem de aborrecimento.

Roku permaneceu na praia, invejando a maneira como todos se moviam como se não tivessem nenhuma preocupação no mundo, como se fossem livres.


Trecho disponível em áudio no Apple Books

Narração em inglês por Nancy Wu. Reprodução: Apple Books.

O tribunal estava em sessão. Sua irmã, Princesa Zeisan, estava à beira do lago dos patos-tartaruga, em uma conversa profunda com sua tutora de ciências, uma nativa da Ilha Ember, de pele morena e esguia, cuja corda com dardo era tão afiada quanto sua mente. Sozin pegou um copo de vinho de palma flamejante de um garçom que passava, tomou um gole e sufocou uma tosse quando o líquido queimou sua garganta ao descer.

Abandonou o resto da bebida na cabeça de uma estátua de tartaruga-leão, depois seguiu na direção oposta à de sua família. Vagueou pelo jardim de esculturas e depois pelo labirinto de sebes, antes de finalmente avistar Roku sob a antiga árvore de ginkgo montanhês que ficava no meio do pátio oriental. O chefe de um clã menor havia encurralado o novo Avatar e estava tentando apresentá-lo à sua filha, uma menina de aparência irritada que não podia ter mais de 11 ou 12 anos.

Roku, que ainda não havia aprendido a mascarar suas verdadeiras emoções, claramente não queria estar ali, mas era educado e passivo demais para se livrar da situação, então Sozin teria que salvá-lo.

— Com licença — Sozin interrompeu. — Preciso roubar o Avatar Roku por um momento. O Senhor do Fogo Taiso requer a atenção dele.

— Oh, claro, meu príncipe — disse o homem, inclinando-se profundamente enquanto o alívio lavava o rosto de sua filha.

— Foi um prazer conhecê-los — disse Roku, seguindo Sozin para longe.

— Alguma ideia do que seu pai quer? — perguntou Roku. Seu amigo sempre foi muito confiante. Era uma falha que Sozin sempre achou cativante, mas agora temia que pudesse colocar Roku em perigo algum dia, dado seu status recém-elevado.

— Oh — disse Roku, chegando a uma lenta realização. — O Senhor do Fogo não quer me ver.

Sozin revirou os olhos.

— Os fogos de artifício estão prestes a começar.

Ele conduziu Roku para longe das festividades, passando pelos guardas reais e entrando no palácio, agora vazio e abençoado com silêncio. Seus passos ecoaram pelos corredores enquanto faziam seu caminho até o nível superior da torre sul. Eles escalaram até o telhado quando os primeiros fogos de artifício começaram a explodir sobre a caldeira.

Enquanto observavam as explosões de cores sem falar, a mente de Sozin voltou à reação privada de seu pai após os Sábios do Fogo anunciarem que Roku era o Avatar.

Estou desapontado por não ser você, mas não estou surpreso, o Senhor do Fogo Taiso tinha dito a Sozin, que escondeu bem a mágoa. No entanto, você ainda pode ser de grande utilidade para nossa nação. Cuide de sua amizade como um fogo. Depois aprenda a dobrá-la à sua vontade.

A sugestão, ou seria uma ordem? Não caiu bem para Sozin. Roku era seu único verdadeiro amigo restante, e amigos verdadeiros não manipulam uns aos outros, mas ele não ousou dizer isso ao seu pai. Em vez disso, Sozin simplesmente assentiu e se afastou quando foi dispensado, as palavras grudando em sua mente como um carrapicho se prende às roupas.

Um estrondo particularmente alto trouxe Sozin de volta ao presente. Fragmentos de luz vermelha caíram, e no espaço antes do próximo estouro de fogo de artifício, ele finalmente falou.

— Sei que você está muito assustado para falar com Tom, mas aquela garota com quem você estava falando perto da árvore de ginkgo parecia um pouco jovem para você.

Roku riu.

— Cala a boca! Não sei por que você ainda está nervoso.

— Se você alguma vez tivesse uma chance com Tom. E esta noite. É verdadeiramente inacreditável a maneira como todas as jovens elegíveis da Nação do Fogo têm babado por você desde o anúncio.

— Estou partindo amanhã.

Os ombros de Roku caíram.

— Qual é o sentido?

— Você provavelmente está certo — disse Sozin, então cutucou Roku nas costelas. — Avatar ou não, você ainda é tão feio. Eu não aceitaria esse rosto mesmo que você tentasse me dar de graça.

Roku empurrou o cotovelo de Sozin para longe.

— E seria uma pena se seu rosto bonito caísse deste telhado. Como o assassinato do Príncipe Herdeiro refletiria sobre o novo Avatar?

Roku deu de ombros.

— Simplesmente direi a todos que tive que manter o equilíbrio, desequilibrando você.

— Como se você pudesse.

Roku se levantou e fingiu arregaçar as mangas e desabotoar a gola.

Sorrindo, Sozin se levantou e foi até o extremo oposto do telhado.


Um dos momentos mais impactantes em Avatar: A Lenda de Aang é a Guerra dos Cem Anos, um conflito devastador iniciado pela Nação do Fogo. “The Reckoning of Roku” se propõe a recontextualizar essa guerra ao focar na amizade entre o jovem Roku e o Príncipe Herdeiro Sozin da Nação do Fogo. Sozin, que mais tarde se tornaria o grande agressor na guerra, inicialmente compartilhou um laço profundo com Roku. O livro revela como Roku tentou, ao máximo, retardar o início da Guerra dos Cem Anos, destacando seu desejo por colaboração e paz entre as nações.

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