Você já se perguntou sobre os adversários que o Avatar Kyoshi teve que enfrentar logo no início de sua jornada? Uma aliança peculiar de piratas, conhecida como Quinta Nação, foi um dos primeiros inimigos oficiais que ela enfrentou.

Curiosamente, essa não foi a primeira vez que a Quinta Nação cruzou o caminho de um Avatar; até mesmo Avatar Yangchen teve de lidar com eles em algum momento.

Embora se autodenominassem multiétnicos e advogassem por uma mentalidade além das fronteiras e nacionalidades, os membros da Quinta Nação eram predominantemente dobradores de água ou pessoas de uma das duas tribos. Dobradores de fogo e terra constituíam uma minoria em suas fileiras.

Não se engane, apesar de sua diversidade étnica e ideologia aparentemente inclusiva, eles eram tão violentos quanto se poderia imaginar. Hoje, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre a Quinta Nação, com informações extraídas não apenas dos livros de Kyoshi, mas também dos jogos recentes, o RPG Avatar Legends e o mobile Avatar Generations.

No universo de Avatar, existem muitos grupos e organizações, com uma variedade de intenções, boas e más. Temos a Ordem da Lótus Branca, que se esforça para trazer paz e harmonia às Nações, e, por outro lado, temos o Dai Li, os Guerreiros da Liberdade do Jet, os Igualitários e muitos outros.

Apresentada nos livros de Kyoshi, a Quinta Nação era composta por piratas e saqueadores, que estavam ativamente operando durante a Era de Kyoshi, mais especificamente durante a sua juventude.

Ao contrário dos piratas que vemos em A Lenda de Aang, a Quinta Nação era eficiente em seus atos nefastos; eles eram violentos e até mesmo escravagistas. Sob o comando de uma líder brutal e cruel chamada Tagaka, a Quinta Nação era temida por muitos.

Tagaka, líder da Quinta Nação.

TAGAKA

No período que antecedeu a morte do Avatar Kuruk, a Quinta Nação se encontrava sob a liderança do pai de Tulok, esse que era pai de Tagaka. Naquele momento histórico, as frotas e as tripulações eram tão colossalmente extensas que, embora o pai de Tulok detivesse a liderança suprema, seus descendentes assumiam específicas divisões navais, todas sob seu comando. Tagaka era uma herdeira tríplice, sendo bisneta, neta e filha dos capitães da Quinta Nação.

Sua linhagem direta remonta à Tribo da Água do Sul, que vinha governando a tripulação destes indesejáveis piratas por diversas gerações. De fato, foi seu bisavô quem estabeleceu um pacto com Yangchen, comprometendo-se a cessar os saques à Costa Sudeste do Reino da Terra. No entanto, anos após a morte de Kuruk, Tulok – agora bem mais velho e fraco – decidiu retomar os saques para aproveitar a delicada situação das Quatro Nações. Nesse período, Jianzhu, um dos antigos colaboradores de Kuruk, tentou persuadir Tulok a honrar o acordo anterior, mas foi respondido com desdém a ponto de cuspir sangue.

Naquela época, Tulok ainda se submetia à liderança de seu pai. Este, por sua vez, decidiu orquestrar um saque, junto dos irmãos de Tulok, no Mar Oriental, onde outro dos colegas de Kuruk patrulhava. Kelsang, um mestre dominador de ar e dobrador experiente, evocou uma enorme tempestade ao manipular as nuvens e seu estado, criando um furacão tão grande que destruiu todas as frotas presentes naquele saque, matando grande parte da tripulação presente, incluindo o pai de Tulok e todos os seus irmãos. Ao suceder seu pai como capitão, Tulok jamais saqueou aquela região, temendo Kelsang, que ficou conhecido como O Tufão Vivo por muitos piratas.

Interessante destacar que Tagaka esteve presente nesse saque ao lado de seu avô. Ela relatou ondas gigantescas, tão altas que alcançavam o pescoço, dificultando a mobilidade e a respiração, além de ter sofrido um ferimento considerável na coxa devido a uma tábua de madeira.

Posteriormente, Tagaka ascendeu ao posto oficial de tenente de seu pai e, de algum modo, conseguiu ocultar suas impressionantes habilidades de dobra de água. Ao invés disso, era notória por sua brutalidade física em combate. Conquistou sua espada em um duelo contra o último Almirante conhecido da Marinha da Terra. Ela o matou, porém o destino final do derrotado Almirante permanece um mistério. Sua reputação persistiu dessa forma até a morte de seu pai, Capitão Tulok, quando ela herdou a total capitania das remanescentes frotas da Quinta Nação.

Sob seu comando, a Quinta Nação adotou práticas escravistas, começando a capturar reféns e obrigá-los a trabalhos forçados, seja na carpintaria ou em serviços domésticos, como foi o caso de Hua e seu irmão, capturados durante o saque da Província de Zheizhou. Esse saque foi particularmente notório, com mais de mil pessoas retiradas da península, tornando-se o maior saque do milênio. A perseguição a outros criminosos no Mar Oriental, como os Demônios Vermelho-Fosco, contribuiu grandemente para sua ampla reputação criminosa, trazendo todos os adversários de Tagaka sob seu comando. Apesar da tripulação originalmente limitar-se às águas do Mar Ocidental, houve incursões menores que saquearam a Ilha de Yokoya, liderada pelo pirata Talikritug, e até mesmo um assalto aos Guerreiros do Sol.

Yun e Tagaka assinam tratado de paz.

Foi arranjado um encontro com o suposto Avatar Yun para negociar a paz. Reuniram-se em um grande iceberg chamado Refúgio Polar, que abrigava todo o acampamento pirata de Tagaka e suas frotas. Compareceram a esta reunião Yun, Rangi, Kyoshi, Kelsang, Hei-Ran, Sifu Amak e uma tropa de pelo menos 20 guardas que serviam a Jianzhu, que era então o guardião e responsável por Yun. No decorrer do acordo, Tagaka traiu a paz e desencadeou um ataque, revelando várias embarcações e frotas escondidas dentro do iceberg onde ocorria a reunião.

Kyoshi, que ainda não tinha consciência de ser a Avatar, utilizou inconscientemente o Estado Avatar pela primeira vez e devastou boa parte dos barcos ao evocar enormes picos de terra do fundo do mar. Por fim, Tagaka foi aprisionada no Lago Laogai, onde permaneceu por tempo indefinido.

Kyoshi entra no Estado Avatar pela primeira vez.

SEPARAÇÃO DAS TROPAS

Após a Batalha no Iceberg, que resultou na derrota da Quinta Nação, a maioria dos corsários encontrou seu fim, enquanto outros foram capturados. No entanto, houve também sobreviventes. Durante os dois anos subsequentes, esses remanescentes se esforçaram infrutiferamente para restaurar o antigo esplendor da Quinta Nação, mas acabaram se fragmentando em frotas independentes. Com o tempo, cada uma destas assumiu sua própria identidade, frequentemente rivalizando entre si, o que culminou em conflitos navais, saques e até roubos de tripulantes. Piratas como Talikiritug e a Capitã Chukagnak tornaram-se figuras proeminentes nesse novo cenário.

Chukagnak, em particular, se destacou como um caso atípico na comunidade pirata, por ser uma mulher oriunda da Tribo da Água do Norte. Era extremamente raro encontrar alguém do Norte que se aventurasse no mundo da pirataria. Fervorosamente contra a escravidão em qualquer forma, Chukagnak atuou ativamente para assegurar que seus subordinados não praticassem tais atos. Após o declínio da Quinta Nação, ela afundou numerosos navios e barcos carregados de bens preciosos, porém nunca se apropriava das cargas lançadas ao mar.

A queda iminente da Quinta Nação, contudo, não se limitou apenas à fragmentação e dispersão de várias frotas individuais. Acarretou também um aumento considerável no número de caçadores de criminosos. Pitseolak, um dos guerreiros da Tribo da Água do Sul, se dedicou à missão de caçar cada sobrevivente da Quinta Nação que já tivesse sido parte da Tribo da Água do Sul, com a finalidade de levá-los à justiça. Certos grupos de guerreiros do Reino da Terra, mais extremistas, tinham a intenção de eliminar até mesmo os piratas e os daofeis que buscavam abandonar o crime, movidos por um ódio crescente e ressentimento do passado. Entre aqueles anteriormente associados aos piratas, havia um jovem chamado Tao, que foi criado em um navio pirata. Após cometer um crime contra a tripulação e ver o cozinheiro que o criara assumir a culpa e ser assassinado pelo resto da tripulação, Tao fugiu para Ba Sing Se, em busca de estabilidade.

KIWAQ, PROGÊNIE DA QUINTA NAÇÃO

Kiwaq, personagem original de Avatar Generations.

Embora a Quinta Nação tenha chegado ao fim sem nunca se reerguer por completo, suas melodias e narrativas persistem, reverberando através do tempo. De boca em boca, de pirata a pirata, a lenda do célebre grupo pirata liderado por Tagaka mantém seu respeito em todos os mares, perdurando até a Era do Avatar Aang, durante a Guerra dos 100 Anos.

Certos piratas, que prosseguiram com suas atividades ilícitas pelas águas, buscaram vincular suas linhagens à Quinta Nação para reivindicar descendência, tal era o prestígio e a honra associados aos antigos corsários. Pode-se imaginar que após a queda da Quinta Nação, todos os bens seriam recuperados e devidamente restituídos, mas a realidade é que muitos dos tesouros da tripulação permaneceram ocultos e resguardados por séculos.

A Quinta Nação escondia seu ouro e outros tesouros no Polo Sul. Kiwaq, uma mulher que se tornou Capitã de sua própria tripulação durante o término da Guerra dos Cem Anos, proclamava ser uma descendente direta da Quinta Nação. Após localizar o esconderijo dos tesouros, Kiwaq apropriou-se do item mais intrigante dentre os achados — a lâmina que anteriormente pertencera a Tagaka, agora em posse das mãos de Kiwaq. A descoberta reforçou sua conexão com o legado mítico e conferiu-lhe uma distinção ainda maior dentro do mundo dos piratas.

ASCENSÃO DA PIRATARIA

Avatar é uma obra fascinante pela habilidade de explorar situações do mundo real dentro de seu universo fictício, não é mesmo? Seja lidando com conflitos políticos, temas ambientais ou, como no caso da Quinta Nação, a intrigante história da pirataria, a série transcende os limites da fantasia para oferecer reflexões profundas e pertinentes. A rica tapeçaria de personagens e culturas se inspira em elementos históricos e culturais reais, tornando a narrativa ainda mais envolvente e educativa. A Quinta Nação, por exemplo, foi brevemente baseada na frota pirata do século 18 líderada por Ching Shih, assim como tirou inspiração da história da pirataria num geral, demonstrando o quanto a série é hábil em entrelaçar factos históricos em suas tramas.

Embora a Quinta Nação possa ter sido um adversário de menor importância para Kyoshi, em comparação com suas demais façanhas como Avatar, é inegável o papel e o impacto significativos que tiveram no universo avatar. A presença dos piratas, como um problema persistente, continua a ser evidente mesmo durante a Era da Korra.

No tempo do reinado do Senhor do Fogo Ozai, observou-se uma aglomeração significativa de piratas, muitos dos quais operavam sob o comando direto de Ozai. Eles se autodenominavam a Armada dos Corsários Vermelhos, devido à sua residência na Ilha dos Corsários Vermelhos. Curiosamente, uma das associadas que Azula libertou da clínica psiquiátrica acabou por assumir a liderança desse grupo pirata, após trair Azula e abandoná-la. Uma reviravolta intrigante, não é mesmo? Mas suponho que isso seja material para outro artigo! 

Artigo por: Carlos Lira

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